quinta-feira, 14 de setembro de 2017

E não é que já lá vão 6?

Escrevia este blog numa altura da minha vida que não era boa nem era má, na verdade era horrível!
mas entretanto passaram uns anos desde o meu último post e a verdade tem sido uma crescente de experiências conjugadas com um crescimento pessoal avassalador.
A vida por cá é de mudança constante. quando comecei o blog estava em Maputo, a lutar por uma empresa que não servia nenhum propósito, nem deles nem meu. viajei para a Beira por onde vivi por 3 anos, experimentei uma gigante multinacional... as coisas são realmente diferentes quando se tratam de negócios de dimensão e com regras de nível internacional. bebi que nem um louco toda a informação que podia o meu cérebro absorver, tornei-me melhor, mais maduro, mais profissional e mais importante, mais reconhecido como profissional.
Parece que tenho um sexto sentido e essa empresa fechou, sim, por incrível que pareça o volume de negócio, daquele negocio em particular que desenvolvíamos aqui, não foi suficiente para manter a coisa a funcionar, contudo, aprendi que os negócios têm uma avaliação constante e permanente, nunca tinha aprendido isso em portugal onde as "Piquenas* e médias empresas" são o pior dos pesadelos nacionais.


quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

A vida começa aos 40

Dizem que a vida começa aos 40!
Eu estou a chegar portanto ao inicio, ou antes, estou a ver se começo tudo de novo, o problema é que tudo já começou há pelo menos 39!
Bem! Resumindo tudo o que fiz até agora, parece que não fiz mais do que acumular uma quantidade de experiências que certamente me serão úteis no futuro, pelo menos assim espero.
Estou mesmo naquela fase a que muitos chamam o vazio! Em processo de divorcio, num processo amoroso extremamente complicado e, até agora difícil, num processo de nova mudança e de recomeço profissional, num processo de tudo, mas de momento, de nada. Muitas vezes tento organizar o pensamento para ver se consigo vislumbrar o que o futuro me reserva, mas tem sido difícil, nesta altura entra em funcionamento a tal experiência que me diz que amanha é sempre outro dia e que provavelmente tudo se resolverá, com mais ou menos apertos de peito.
Não sou uma pessoa de grande planeamento, o que me causa grandes disabores e discussões com aqueles que amo, não sei o que vou fazer amanha muito mais para alem de que vou acordar, provavelmente num local onde não desejaria estar.
Tento ensinar ao meu filho a colocar as coisas em caixas, especialmente o pensamento e os assuntos por forma a que ele aprenda, desde já, que deve organizar o que deve fazer e como o vai fazer, por exemplo, quanto aos estudos que nesta fase da sua vida é sem duvida o mais importante, mas, na verdade, eu próprio não consigo meter os meus próprios pensamentos em caixas, é uma confusão de assuntos que reiteradamente me vêm a cabeça sem que eu saiba bem como os organizar.
Ajuda?! Bem precisava de ajuda! Mas onde a vou buscar? Há uma pessoa que diz ajudar-me muito, alguém muito importante para mim e de quem gosto muito, mas o que ela chama de ajuda apenas é o que ela pensa ser ajuda e que a desgasta quase ao limite sem que essa ajuda me seja proveitosa. Não é por mal, ma s a ajuda que eu precisava era mais no sentido de me fazer sentir seguro e não algo relacionado com as coisas praticas! Pratico sou eu o suficiente, não me importo com a maioria das coisas praticas como comer ou lavar as roupa, essas resolvem-se só por si.
Bem, mas o blog é sobre Mocambique, sim, vou voltar a Mocambique depois de ter vindo a portugal sepultar a minha mãe.
Desta vez é que vai ser! Hahahah! Ou talvez não. Tenho que reconhecer que gosto daquilo, mas que mais uma vez vou apenas com uma promessa de trabalho, que é em tudo idêntica a que tive há dois anos atrás, esperando que corra bem desta vez, porque da primeira correu pessimamente mal!
Vou então arriscar mais alto e mais uma vez, não sou pessoa de desistir ou de voltar costas as oportunidades, pelo que vou, vou sem medo nem receio. Já passei tempos difíceis em Mocambique, muito há conta do que me fizeram. Desta vez será diferente, pelo menos não esperarei que as coisas se agravem para desistir e recomeçar. A vida começa aos 40 mas também aos 40 ja sabemos quando não vale a pena continuar, ou pelo menos deveríamos saber.
Um dia conto aqui como tudo se passou, ate porque há pessoas que só aprenderão quando se tornar publico o que fizeram aos outros.

Enviado do meu BlackBerry® da tmn





quinta-feira, 21 de novembro de 2013

A desilusão!

Na verdade considero-me enganado. Quando Crato foi nomeado para Ministro da educação a minha primeira observação foi "vá lá! escolheram um que pode fazer qualquer coisa" o respeito pelo seu percurso académico, as suas declarações públicas relativamente à necessidade dos Portugueses terem acesso generalizado ao ensino entre outas coisas como o reconhecimento internacional, levaram-me a pensar que teria sido uma óptima escolha. O que eu não imaginava era que, 1º o homem era de direita até ao tutano 2º levava a peito que o mérito dos alunos deveria ser a única das suas virtudes. Não sou contra o mérito nem o reconhecimento deste, sou a favor incondicionalmente de promover os que se esforçam ou os que tem aptidões naturais para estudar, mas preocupo-me com os outros, aqueles que não têm que comer quando chegam a casa, aqueles que têm pais desesperados sem emprego e que não têm como dar as condições para o estudo, aqueles que por ironia do destino nasceram numa família onde estudar não é a prioridade, aqueles que apenas não têm iguais oportunidades. Este Sr. é promotor do ensino privado está a dar dinheiro a pseudo-instituições de ensino e a matar o ensino público e tendencialmente gratuito, está a condenar uma inteira geração e a condicionar a oportunidade daqueles que, já tendo poucas, as querem aproveitar!!! É matemático! Como é que eu me pude enganar!!??...

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Contradições


Hoje fui surpreendido por um Moçambicano, mais branco do que eu, que, impedindo a minha entrada numa pastelaria de Maputo, me acusava de ter estacionado mal o meu carro! Depois de me chamar os nomes que lhe vieram à cabeça e de eu ter chamado a segurança para o tirar do meu caminho, me acusou deste país estar uma “merda” e a culpa disso ser minha e das pessoas como eu (o mais grave dos males deste país são os carros mal estacionados, não é a fome!). Provavelmente serei mais Africano do que ele, pelo sotaque e o aspecto do Sr. foi daqueles que se pirou quando as coisas foram efectivamente difíceis para os seus irmãos e agora voltou com o Rei na barriga a acenar a sua nacionalidade Moçambicana! Sou trabalhador estrangeiro, expatriado o que me quiserem chamar, e se há coisa que me enerva são os falsos patriotas, os falsos filantropos, os falsos beneméritos, os defensores das causas dos outros por interesse próprio e egoísta, aqueles que são da Frelimo e da Renamo quando dá jeito, os que não se definem, os que apregoam uma vontade enorme de ajudar os coitadinhos para depois os tratarem como animais, os que vivem uma vida de borga mas se apresentam como embaixadores da moral. São todos muita bons!
Já lhe chamaram racismo e xenofobia, com pensadores e filósofos a dissertarem barbaridades que deram origem a situações de guerra com resultados dramáticos para a humanidade, como o Sr.  Conde de Gobineau no Ensaio sobre a desigualdade das raças humanas.
Existem diferenças significativas nas raças, disso não tenho qualquer dúvida! mas são diferenças de cultura, diferenças de criação e até de oportunidades. O problema está quando achamos que a culpa dessas desigualdades é dos outros e não nossas, que estamos mal por conta do que os outros povos nos fizeram e não do que fizemos ao nosso próprio povo. 

Não me revolto nem sou revoltado, apenas e de momento, triste.




segunda-feira, 21 de outubro de 2013

O Embondeirinho

Um embodeirinho! O embondeiro é uma árvore gigante que povoa esta zona de África.
Tenho mesmo dificuldade em acreditar que tenho quase sempre razão! Mas é também verdade que a tinha no post que disse que iria confirmar se o grande investimento nos grandes projectos se iria propagar pela população. Os milhões efectivamente não se espalharam pela economia local, a mina? Sim ai há efectivamente um investimento significativo, tao significativo que até nos sentimos deslocados assim que lá entramos, com tantas regras e tantas normas.
Mais uma vez eu tinha razão, Tete é um embondeirinho. O embondeiro é uma árvore gigante que povoa esta zona de África.
Mas deve ser difícil ser um embondeirinho numa terra de embondeiros gigantes.
O investimento neste caso só tem um único sentido, e esse é explorar até ao tutano tudo o que conseguirem explorar, começando nos recursos acabando na população, senão vejamos: É verdade que contratam muitas pessoas para o projecto e isso pode e deve ser considerado como um movimento positivo da economia, então porque é que isso não se nota quanto se anda nas ruas? Verdade que em vota do local de exploração eles construirão infra-estruturas de comunicação! Wrong again! Nem a estrada de acesso ao local esta livre de buracos enormes! Bem... Mas então e a economia paralela? Empresas que por via da empresa exploradora mãe florescem e crescem ao mesmo ritmo desta? Pois..... Tudo o que não é para o core busines que é escavar não faz falta e as empresas são sempre as mesmas que acabam mais cedo ou mais tarde por ser compradas por uma qualquer empresa.....
Bem, estou a ser dramático, então as empresas fazem-se para dar lucro e não para ajudar os pobrezinhos, e a minha critica não vai no sentido de diminuir a necessidade de investimento em determinadas áreas, vai mais no sentido de fazer saber que o que dizem relativamente ao booommm que supostamente estaria a acontecer no norte de mocambique não passa dum reflexo dos números de crescimento da economia moçambicana, uma mentira!
O embondeiro é uma árvore gigante que povoa esta zona de África. Mas também há embondeirinhos! ;)

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O Embondeiro

O Embondeiro é uma árvore gigante que povoa esta zona de África.
A generalidade de assuntos que vou publicando são o resultado de vivências, mais ou menos agradáveis, que vou passando. Nem sempre tenho vontade de escrever e, sinceramente, desde que vim para África que a minha disponibilidade passou a ser um bem escasso, não por falta de tempo, mas porque desde que aqui estou vivo numa espécie de contradição comigo mesmo!
Eu nasci em África, ainda que a minha relação com esta tenha sido de tal forma curta que nem me lembro de alguma vez ter ca estado, sendo que faço parte daquele grupo de pessoas que tiveram que fugir e voltar para a pequenez de Portugal, nunca senti aqueles chamamentos que a maioria das pessoas fala, não sinto que África tenha aquela magia que muitos apregoam, também não sinto que África desempenhe ou venha a desempenhar um papel de relevo no mundo.
O embomdeiro é uma árvore gigante que povoa esta zona de África.
Estou agora mais a norte de Mocambique, o calor, a humidade a paisagem quase avassaladora de nada existir, a imensidão de espaço, a névoa provocada pelo calor são, pelo que sei, a única coisa constante neste sitio.

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domingo, 20 de outubro de 2013

Dahhhhh!! Viagens!

Desde há 2 anos que estou em Mocambique que tenho a ideia de que, aqui, nada é o que dizem ser! A economia moçambicana diz-se estar num crescimento acentuado desde 2010, mas, depois de viver neste pais há 2 anos e com todas as incongruencias que tenho assistido só posso concluir que é tudo mentira! Não é possível que num pais sem rei nem roque onde os agentes económicos são quase todos informais, onde os mercados de maior dimensão são completamente dominados pela corrupção e pelo compadrio exista sequer forma para ter dados não enviesados para se obter estes resultados quase milagrosos. Mocambique continua na cauda dos paises africanos no que se refere a pobresa as desigualdades e todos os anos desce consideravelmente no relatório "doing business" dos países para a realização de negócios.
Já conheci algumas províncias e a minha opinião mantém-se, Mocambique é Maputo, tudo o resto sao buracos onde nada acontece e o que acontece é resultado de algum interesse nos recursos naturais que acabarão em ultima instância por fazer ressaltar o pais para mais uma guerra como é apanágio da maioria dos países onde a democracia não é mais que uma miragem.
Hoje estou de partida para outra província, desta uma das que o tal investimento apenas pelos recursos naturais é uma presente. Vou Verificar se efectivamente os milhões de pseudo investimento se espalhou pela economia local, se o povo esta a beneficiar de algum do lucro tirado debaixo dos seus próprios pés da sua própria terra lhes aumentou a qualidade de vida.
Para já, to be our not to be...... Not to be!
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